Vultos
Sylvio Corrêa
"Diante dos portões do inferno
Não há muito o que se pensar
Talvez o medo de estar aqui
Talvez um jeito de poder sumir
Noite escura, garoa fina
Vejo uma sombra em cada esquina
Vozes ecoam na minha cabeça
Desejo que tudo desapareça
O passado me condena
O presenta me julga
Meu futuro paga a pena
Aumentando a minha culpa
Sou mais um vulto na noite
Sentenciado a solidão
Enjaulado no esquecimento
Desprezado na tua oração
Nunca é tarde pra se arrepender
Nunca é tarde pra se transformar
Planejo formas de sobreviver
Para amanhã poder te encontrar
Existe luz no fim do túnel
Mas eu não a vejo
Será que estou cego, surdo e mudo
No lixo aonde rastejo
O passado me condena...
Sou mais um vulto..."