Mulata É a Noite
A. Maria Mascarenhas / Tavares Da Silva
Como eu
A noite nasceu mulata
Na escuridão da cubata
É pecado de subúrbio
Mulata
É distúrbio no musseque
E a lua é pé de moleque
Que adoça a provocação
A noite
É como pano de chita
Que foi esteira de rebita
Deixou missanga no chão
Como eu
A noite é bronze maciço
Liga de prata e feitiço
Gosto de açúcar mascavo
A noite
Tem um travo de maboque
E a mulata é um retoque
Na polpa da natureza
Mestiça
É estrela de bairro pobre
É barro que imita o cobre
Torneado de surpresa
Como eu, como eu