Sem Sossego
O que é que eu faço
Nesta praça tão comunitária?
No centro de Belo Horizonte
De frente à Rodoviária.
Num momento cheio de dúvidas
Só pensando ainda encontrar
Um emprego, pra que ele possa
Ainda um dia me alegrar.
Misturado com tantas autoridades,
Pessoas nobres, pobres e famintas,
Desordeiros e também aventureiros;
Moças bonitas e senhoras distintas.
E, ouvindo o raizeiro implorando à multidão
Pra ver de perto a bela santa garrafada
E o jornaleiro vendendo o Jornal
Com uma triste notícia jamais conformada.
Entretanto, me resta uma esperança:
É um bilhete da Sena no bolso
Que apostei lá na rua São Paulo
Bem na hora do sagrado almoço.
Dizem que a sorte não existe para todos
Eu discordo dessa ideologia,
O que não pode é ficar parado
De braços cruzados, isso é covardia.
Companheiro acredite na paz
Venha ser solidário comigo;
Mostre a garra do seu heroísmo,
Seja um grande verdadeiro amigo.
Sinta mesmo na flor de pele
O sentimento daquele sem sossego,
Fazemos parte de uma cidadania
Pois ainda a esperança
Vive em nosso dia-a-dia.
O que é que eu faço?