O surdo

Paulinho Rezende, Totonho

Amigo, que ironia dessa vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar

Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

Meu surdo, parece absurdo
Mas você me escuta
Bem mais que os amigos lá do bar
Não deixe que a dor
Mais te machuque
Pois pelo seu batuque
Eu dou fim ao meu pranto e começo a cantar
Meu surdo, bato forte no seu couro
Só escuto esse teu choro
Que os aplausos vêm pra consolar

Amigo, que ironia dessa vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar

Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

Meu surdo, velho amigo e companheiro
Da avenida e de terreiro
De rodas de samba e de solidão
Não deixe que eu, vencido de cansaço
Me descuide desse abraço
E desfaça o compasso do passo do meu coração

Amigo, que ironia dessa vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar

Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

Amigo, que ironia dessa vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar

Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

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