Peregrina

Andreia Dacal

Peregrina

Peregrina a procura de paz
Capto os vários sentidos
Das verdades que
se contradizem
Com as demais

As águas que correm aqui
Já correram lá atrás
Por trás dos fundos olhos
A chama queima
Memórias atemporais

E nessa constante lida
Vai...
E nessa constante lida...
Vai, vai...

Ritmo desgovernado
Coração descompassado
O destino te ameaça
Com a boca escancarada
Cheia de dente
Cabeça quente
O pensamento trai
O desejo aparente
Hoje está assim
Pode ser que amanhã
Se mostre diferente
Mas enquanto isso vai...
Vai ,
Vai..

Te mandei uma carta
Te liguei para dar alô
Esbarrei contigo
Numa noite de calor
Falei sobre a vida
Contemplamos o luar
Mas a voz que me guia
Não me deixa aqui
Ficar
Peregrina...

Vai ,
Vai...

O vento sopra
Arrasta as sementes
A lição está aí,
Para quem não está
Ausente.

Ganho mais viajando
No vazio inerente
Do que mergulhando em
Trincheiras,
Armadas,
Por mentes delinqüentes.

A estrada está aberta,
O sol iluminado
Peregrina,
Seguindo por caminhos
Não traçados.
O melhor da caminhada,
São os passos que são dados.
Chegar a algum destino
Friamente planejado,
É coisa para quem,
Se deixa ser guiado.

Peregrina....

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