Duplo-Andantes

Gabriel Vaz, Sofia Vaz

Eles correm
Sem distância
O olho alheio à sombra,
Alheia ao pé alheio ao chão
Alheio ao pé alheio ao
Não identificam
Delimitam delimitam

Eu vi o dono do rio num curso sem direção
Eu vi o dono da colina - ele mora embaixo do chão
E o suor na mão, e o suor na mão
Desconexo de uma pergunta
E não pergunta
Não pergunta
Não pergunta

E tudo vai estremecer e ser igual

Quando a noite embaçar
Eu me deito e passo a desfiar
Todas as linhas e bordas
- O dentro correndo afora

A cidade se entorna, eu vou levitar
Mas todos os sonhos sem carne
Desabam
Entre a vontade e a mão
Entre o peito e o impulso
A gravidade do chão
A lonjura
Entre a tela
E a vista
Minimiza minimiza minimiza

- Isso o tempo descarrega
- Isso o tempo desafoga
- Isso o tempo alivia
- Isso o tempo esvazia

Eu vi o dono do sol, ele só sabe dormir
Eu vi o dono do tempo
Ansiando tudo agora

E tudo cansado, sem esforço
E tudo ecoa sem espaço sem distância,
Meu grito não alcança
Meu grito não alcança

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