A Mata, Ama, Mata

Lailton Araújo

Quando a noite na mata chegar devagar
O bicho se deita no ninho pra acalentar
Filhote que pede calor à mãe natureza

Oiá! Oiá! Oiá! Oiá! Oiá!

Quando o dia na mata chegar devagar
O bicho levanta do ninho para caçar
Comida que vem saciar a fome da mata

Oiá! Oiá! Oiá! Oiá! Oiá!

Um índio saiu na canoa atrás de Tupã
E a tribo dos Pataxós se tornou irmã

Das nações que pedem a sobrevivência
Nas terras estranhas sem consciência

Pois negro, branco ou mendigo
Vestido de índio ou qualquer papel

Na selva de pedra é um bicho
Caçado sem trégua pra satisfazer

O puro prazer de ver a dor
E a presa acuada com seu cobertor

No ninho de pedra que a selva abrigou
Brasília que um dia ?dezenove? guardou

Oiá! Oiá! Oiá! Oiá!

A mata, ama, mata
A mata, ama, mata

Oiá! Oiá! Oiá! Oiá!

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