O Espírito da Coisa
A gente toma só toma na cara
A gente só toma no
E o instante de um covarde
Se desfia por um fio
E tudo assim é uma porrada
É tudo como sempre foi
Eu só te dou o meu motivo
O meu espírito eu não te dou
O que eu te digo respingando o tempo
O meu olho é uma faísca
Rasga a noite, corta a madrugada
Fisga a tua pele traidor
Uma palavra desencapada
Um choque elétrico, a dor
Não há mais o que se escreva
Com o vocabulário de amor
Não há mais o que não seja
A violência e o seu motor
Uma bofetada exclama
Cale novamente esse cantor
E o que eu te digo respingando o tempo
O meu olho é uma faísca
Rasga a noite, corta a madrugada
Fisga a tuas pele traidor
O espírito da coisa
Correndo solto pela tarde
O meu corpo não se curva
Sou do vento que soprou