Aldeia Mística
Com a maré das manhãs, surgiu do céu o sol
E de lá desceu como harpia
A maresia dedilha os velhos bandolins
Na harmonia entre os galhos e os cipós
Esse sol agarrou o rio
Esse sol fervilhou de cor
Táwapayêra, nossa aldeia, Amazônia
O vento dos andes em toda a selva se ouvia
Inã, feiticeiro karajá soprou a lua
Paranatinga, o rio de águas barrentas
Do barro amarelo, as cerâmicas aruans
Porumã matapi, árvore do bem e do mal
Armadilhas cacuri, curarinas, curabis
Da flecha que voa, voa
Segredos do moquém, do arco do tambor e das ubás
Sissa, a bela flor dos aymarás
Céu do mapiá, ayahuasca
Das águas, boiaçu
Dos ventos, matinta perê
Da selva, caipora, onça preta
O canto dos pajés