Devaneios
As marcas das tuas batalhas
Cicatrizes no corpo e na alma
E conviver com a dor que traumatiza
Mantendo a fé e a esperança viva
Ouvir o silêncio que a saudade me traz
O cheiro de mato, a sensação de paz
Não precisar lutar contra a cobiça
E contemplar a criação divina
Em meio ao tormento do juízo final
O fim das florestas revertendo ao caos
Se o manto verde converter-se em cinzas
A humanidade acabará em ruínas
As lágrimas borraram a pintura do meu rosto
Dor e lamento ao argumento e a resposta é não
Não, não, sucumbirá o céu em meio ao vão
Não, não, o Sol e a Lua também cairão
Não, não, não terás tempo pra pedir perdão
Somos o povo da floresta
E lutará, resistirá contra essa conduta
E então verás que um filho teu não foge à luta
Nem teme quem te adore a própria morte
Mesmo que solitário a própria sorte
O povo da floresta precisa viver
Feriste meu solo sagrado com tua ambição
Condenaste o meu povo viver na ilusão
O futuro da terra está em nossas mãos