Morro do Sossego
Artur Poerner / Candeia
Ô Catirino, menino
Pombo que escapa ao morcego
Naquele ponto elevado
Seu sangue quer preservar
Ô Catirino, inquilino
Sossega lá no Sossego
Morro dos mais sossegados
Onde ele veio morar
Tô quieto, sossegado
Eu não vou mais trabalhar
Nasci pra ser humilhado
É mais negocio deitar
Vou deitar até rolar
E sonhar pra melhorar
Ninguém vai me escravizar
Sou dono e não empregado
Tenho a vida pra gastar
Não gasto, nem sou gastado
Vou me economizar
Não vou ser esvaziado
Pro meu patrão engordar
Homem não consome o homem