Rachado

Magno Barbosa Lima / Rafael Cadena

Rachado imprevisível
Espantalho efetivo
Do conforto factível
Sem artigo

É manifestação material da incerteza
Percorre nossa natureza
E presenteia-nos com a certeza
De que nunca há suficiente clareza

Rastros onde permeia o desconhecido
A rachadura temporal é o presente que parte
Rumo ao passado ou ao futuro
Só se interrompe perante a arte

Com os pés na arte, e refinamento
Toma linhas precisas, ganha ornamento
Pelos olhos daqueles que racham as formas padrão
E constroem uma questão

Calar e olhar, a nova atração
Acolher, aprender, eterna lição
Sorrir e partir, na hora se não

Sonhar e inventar, uma nova canção
Ser para ter, eis a missão
Agir e aderir, à situação
Suar e sangrar, no rachado do chão

O mistério do espaço desenhado em fração
Latossolo, podzólico, argissolo
Solonetz, Solonchaks, cambissolo
Aluvial, Vertissolo, regossolo, litólico

Crer para ver, a inovação
Atrair e aplaudir, o sacrifício do irmão
Antever, perceber, no rachado do chão

Deduzir, definir, no rachado do chão
Agir e aderir, à situação
Suar e sangrar, no rachado do chão

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