Canção De Vida
Nascemos tão furiosamente sábios
Dispensamos a razão
Corremos com sorrisos nos lábios
De encontro ao mundo em contramão
Crescemos descortinando o nosso fado
Desvendando a nossa voz
Mantemos bem-acondicionado
O fugitivo que há em nós
E tu, tu que nem sempre me entendes
Mas que tão bem sabes aconchegar
Aquele que eu sou
Talvez num breve instante, ao olhares-me
Consigas simplesmente, sеm pudor, rever-te еm mim
Às vezes nada nos pode causar medo
Tudo corre de feição
Reveses também constam no enredo
Pois não há bela sem senão
Mais tarde valorizamos a inocência
E o que dela resta em nós
Mais tarde temos plena consciência
De que o final é sempre a sós
E tu, tu que nem sempre me entendes
Mas que tão bem sabes aconchegar
Aquele que eu sou
Talvez nalgum instante, ao olhares-me
Consigas simplesmente, sem pudor, rever-te em mim
Talvez de vez em quando, ao olhares-me
Consigas simplesmente, sem pudor, rever-te em mim