Desolação
Aí, se o vires perdido
No tempo e no espaço
Com ar de abandono
De tédio e cansaço
Achando, sei lá
Que está sem saída
Se o vires
Não deixe que passe a oportunidade
Repita-lhe muito
A cada minuto
O quanto me pesa tê-lo deixado
E olhe bem fundo em seus olhos
A ver se ainda estão
Com as mesmas estrelas
Que neles guardei
Com a mesma tristeza
De quem se perdeu
De todos os caminhos
Que dão para a vida
E aí se amargou
Em desolação
Depois, no largo silêncio
Imenso e profundo
Lhe pegue nas mãos
E pergunte se o mundo
Não lhe pesou demais
Quando eu lhe deixei
Depois, desligo o afeto
Que se encerra
Nesse peito tão sentido
Que em mal traçadas linhas
Vai sofrendo, vai sangrando
Se doendo, se afligindo
E chorando