Parabelo da Existência
Desde que a cigana resolveu o meu passado
Leu a minha mão, na minha palma, a letra m
Quase não enfrento mais as filas do mercado
Já não ecoa em mim as buzinas e as sirenes
De automóveis habitados, apressados a procura de ondas verdes
Marés vermelhas, ondas verdes
Marés vermelhas, ondas verdes
Vejo naufragar o parabelo da existência
Mesmo calejando os pés descalços nos corais
Despertar aflito ora morto e ora vivo
Lágrima pedestre, o verso teso no olhar
Mendigando rosas no asfalto
Mercador de sonhos ancestrais
Pé na encruzilhada, os passos tortos pelo cais
Rezas de metal eu não sei rezar
Sob o viaduto na beira-mar
Dutos de concreto a me percorrer
Mapas das sensatez a me decifrar
Rezas de metal eu não sei rezar
Sob o viaduto na beira-mar
Dutos de concreto a me percorrer
Mapas da sensatez a me decifrar
Rezas de metal eu não sei rezar
Sob o viaduto na beira-mar
Dutos de concreto a me percorrer
Mapas das sensatez a me decifrar
Desde que a cigana resolveu o meu passado