O Rancho da Negra Minga
Era um surungo xubrega num rancho a beira da estrada
De boqueijar na macega e trote de cola atada
No baile da negra Minga tinha "inté" bicho de pé
Chão bruto de tabatinga e quincha de Santa Fé
Eita Rio Grande campeiro, que se extraviou entre o pó
Naquele baile gaudério perdido nos cafundó
Era retoço, era guincho na penumbra do pavio
Os macho querendo xixo e o chinaredo no cio
A cordionita baguala de um paysano da fronteira
Ia trocando de fala num resmungo a noite inteira
João mulato no leguero matava o pelego a pau
No meio do entreveiro de China louca e "mamal"
E quem pagasse pra Minga, vinte pilas de papel
Ficava com a moça gringa dos olhos da cor do céu