Autonomia

Don Flavitto

Pelas margens alguns delírios insistem
Em cuspir nos tabus que os reprimem
E fazem valer a pena a vertigem
De agir por meios que não existem


Neste mundo desigual nem todo mundo pensa igual
Eu não quero ser igual. Eu não vou fazer igual


Com quem não se rende ando pela madrugada
Pra você que não entende estou fazendo a coisa errada
Ao pixar estes muros de fuzilamento
Ao buscar um futuro sem sofrimento


Não peça mais satisfações, só tenho insatisfações
Entre poucas opções e outras opiniões


E então diante certas incertezas
Vão surgindo dúvidas de alta tensão
Só me sinto seguro invisível
Pra trocar este maldito fusível


Eu só quero dizer o que eu não quero escutar
O silêncio de quem não se importa
Suas mentiras me fazem vomitar
A inocência quando ela está morta
Em meio à sujeira aos porcos
Você é o que você tem
Mas pra mim tudo é para todos
Pra mim nada é de ninguém


Autonomia!

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