Chegada
Depois de longos dias à mercê da tempestade
E por vezes atirado ao chão da cama onde dormia
Admirado com seu modo de viver, Lisboa doce cidade
Sentei-me neste chão onde o sol bate e alumia
Debruçado num canto perdido balaustrada
Como uma janela imensa do céu arrebatada
Vejo o meu atormentado navio serenando no cais
O rio macilento, as terras brilhando como arraiais
Em baixo martelam as carroças, gemem os guindastes
Aqui são guitarras que se ouvem desfiando o velho fado
São as caravelas que se veem mais além subindo o Tejo, subindo o Tejo