Soneto de Separação
De repente, do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas, fez-se a espuma
E das mãos espalmadas, fez-se o espanto
De repente, da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel, fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se tiste o que se fez amante
E de sózinho o que se fez contente
Fez-se do amigo, próximo, o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente