Espinho de Joá
Nestes meus versos singelos que eu mesmo faço cantando
Vou lhes contar o meu nome conforme fui batizado
Desidério luz de souza, vosso amigo e criado
Nascido em são luiz gonzaga, neste meu chão Colorado
Quando eu espicho a cordeona no rastro de uma vaneira
Vou convocando as raízes da minha terra missioneira
As vezes toco um chamamé destes de levantar poeira
Só pra inticar com os hermanos do outro lado da fronteira
Meu avô tocava gaita pra muita gente dançar
Na bailanta do tiburcio dava gosto de se olhar
Eu aprendi com o meu pai isto foi pra lá e pra cá
E já sai cutucando que nem espinho de joá
Quando eu abro este meu peito num estilo galponeiro
Sou o rio grande pampeano sou piazito carreteiro
Sou a vóz do peão de estância sou centauro, sou costeiro!
Sou grito de liberdade no meu pago missioneiro
Quem quiser saber melhor eu mostro meu batistério
Moro na rua das tropas pertinho do cemitério
Gosto de andar pilchado bem no estilo gaudério
Sou missioneiro de alma e sou cria do zé do dério!