João

Roberto De Melo Santos

João, morrem sonhos alados
Traz os olhos molhados
Tem silêncio por dentro
Mas diz tanta coisa pra não demonstrar
O João que se mata vivendo de amor
Pedindo uma esmola, fazendo favor
Que vende uma escada e compra uma esteira
E deita na praia e na companheira
Mas que se arrepende no dia seguinte
Perante os amigos na mesa de uma bar
E é tão conhecido esse tipo de gente
O João do ambiente que quer agradar
Traz as mãos estendidas
Em dois braços cortados
Tem a alma criança mas pinta no rosto a imagem de um rei

João que se faz do que ainda não fez
Mas não tem coragem de ser de uma vez
Que sobe na escada e pisa na esteira
E compra uma praia e a companheira
João, está na hora
Resolve depressa que o amor vai embora
E te deixa na mão

Fora da verdade longe do perdão
Fora da verdade longe do perdão
Fora da verdade longe do perdão

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