Barco Abandonado

Barco abandonado
Na voz do tempo, na margem do rio
Nesta lonjura
Na voz dos temporais
Anoitece um canto sombrio
Nas pedras deste cais

Há um adeus no meu olhar
Este meu barco prisioneiro
Há-de ser viageiro
No meio do mar

Barco abandonado
Na noite escura, na ronda do vento
Neste silêncio
Na voz dos temporais
Um lamento que a dor esqueceu
Nas sombras deste cais

Há um adeus dito a sorrir
Do céu
Meu amor, ao céu que é meu e teu,
Um dia hei-de subir
Se te encontrar

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