Meu bar

Elizabeth

Na rua onde eu moro
E me escondo, tem um bar.
Que é ponto de encontro,
Entre desencontros e o luar.

Fica na esquina,
De quina, em um cruzamento.
Onde eu paro e argumento.
E a brisa realisa,
Deslisa e organiza,
Alentos pros meus desalentos.

É nesse boteco
Que eu faço, a minha igreja.
E o meu confessor,
São vários copos de cerveja.

Que após traguesas,
Do fumo que eu fumo, me apromo.
Colocando em resumo,
No rumo em que fui me consumo,
Eu insisto persisto, eu sumo.

Tem mais,
Um pouco atrás,
Um mar bonito.
Onde se quizer eu fico,
E deposito meus atritos,
Meus conflitos.
Onde eu chego aflito,
E saio em paz.

Meu bar,
Velho amigo particular,
Fiz de você refúgio,
abrigo meu lugar.
De pensar de me achar,
De sorrir de curtir
de cantar.
Meu lugar de pensar,
De me achar, de curtir,
de chorar.

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