Navio
Paulo Leminski
Minha mão dormiu e sonhou
Que a tua me acenava de um navio
Era uma gaivota, um pavão, uma pomba
Um pavio que queimava e ninguém viu
Voava alto um pássaro de abril
Quem sabe o pavor
Precisa ver o fervor com que ela se abriu
Minha mão dormiu e sonhou
Que a tua me acenava de um navio
A minha que partiu na última hora lembrou
Que era parte do corpo e ficava
E já me evitava ela também me encontrou