Maria Severa
José Galhardo / Raul Ferrão
Num beco da mouraria
Onde a alegria
Do sol não vem
Morreu Maria Severa
Sabem quem era?
Talvez ninguém
Uma voz sentida e quente
Que hoje à Terra disse adeus
Voz sentida e voz ausente
Mas que vibra eternamente
Dentro em nós e junto a Deus
Além, nos céus
Bem longe, onde o luar, no azul, tem mais luz
Eu vejo-a rezar aos pés de uma cruz
Guitarras, trinai, viradas para o céu
Fadistas, chorai, porque ela morreu
Caiu a noite na viela
Quando o olhar dela
Deixou de olhar
Partiu para sempre, vencida
Deixando a vida
Que a fez penar
Deixa um filho idolatrado
Que outro afeto igual não tem
Chama-se ele o triste fado
Que vai ser desse enjeitado?
Se perdeu o maior bem
O amor de mãe