Não Vou Mais
""Não Vou Mais""
Fernandes & V. Salt
[Refrão]:
Não vou mais querer saber se o tempo vai
Me tirar dessa solidão
Carrego os traços de meu pai
Tenho no olho a imensidão
Não sei pra onde esse povo vai
Eu sei que eu tô na contramão
Ligeiro com quem subtrai estou
[V. Salt]:
Me diga com quem andas que eu digo que com fé andes
Me espelhei em você a admito eu nunca mais fui como antes
Olhei pra dentro e escrevi essa Fernandes
Compreendi vazo infinito, polos do mesmo horizonte
Só caminha na paz quem já vagou pelo inferno
Onde o poema dos menó é o grito do berro
Falo tanto de esperança eu não espero
Eu sei que com fé e coragem eu consigo tudo que quero
A vida é um sopro repentino
Filho do repente, mic apontado, letrado até os dente
Relato de um poeta que viveu com o pai ausente
Mas na rua aprendeu que respeito conserva os dente
Castelos caíram se formando ruínas
Corações partiram se tornando mais frio
O medo de voar sempre mantêm teus pés no chão
Mas o Rap vem pra botar conteúdo onde tá vazio
Vejo as reconstruções de todas as ruínas
E a chama que mantêm teu coração a mil
Do alto eu sinto o tamanho da minha vastidão
Eu espero entrar pelo ouvido e trazer luz pro que há sombrio
[Refrão]:
Não vou mais querer saber se o tempo vai
Me tirar dessa solidão
Carrego os traços de meu pai
Tenho no olho a imensidão
Não sei pra onde esse povo vai
Eu sei que eu tô na contramão
Ligeiro com quem subtrai estou
[Fernandes]:
Navego entre linhas que me levam a mar aberto
Procurando sinais de que eu tô no caminho certo
Que a selva de concreto vem pra deturpar a visão
Mas só a minha procura já indica onde tá meu coração
E essa é a minha direção
Entre o bumbo e o clap, entre o mate e o cheque, minha mente mente leque
Mais amônia do que beck, nada star nas track, mal estar nos buxa, passa prende e puxa
Selva cinza e nóis na caça dos malote
Se eu venço os meus vício vejo que fico mais forte
Beira do precipício não precisa passaporte
Vai carai, não reage e passa a senha do cofre
Que eu lembro do passado sempre passado pra trás
Que eu vi o presente de quem não espera faz
Que eu vejo o futuro de um moleque bom sagaz
Nunca em cima do muro, sempre a procura de um cais
Medo de quê? De quem? Não, sou forte
Perde-se um grande amor e perde-se o medo da morte
Destila-se o veneno quando pronto para o bote
Amassando nas linhas pra que vire-se o holofote pra nois
Com tanto pra dizer e um nó grande na garganta
Ideologia com a mesa vazia não adianta, eu quero a janta
Mas sem me vender pra ter que isso daí não me encanta
Só se arrisca quem vive
Selva de concreto, sociedade em declive
Nóis já nasceu nessa crise
Desde menózin eu aprendi a não confiar nos steve [2x]