O Torrado
Luiz Gonzaga
Lá no sertão
Quando o cabra tá queimado
Dentro do samba
Ele só quer dançar torrado
Pega a morena
E enforca na cintura
Agarra bem segura
Como quem sente secura
Tá com sede e quer matar
E a moreninha
Fica só rodopiando
No canto estribuchando
Que nem rede balançando
Sem saber pra donde vá
Pois fica o cabra
No cangote dando chêro
Com abêia no perêro
Que começa a fulorá
E o sanfoneiro
Que de bêbo já tá mole
Deitado em riba do fole
Só trêis nota sabe dá
Terreco, teco
Terreco, teco
Terreco, teco
Patapitú, Patapitú,
É só se ver
O torrado se acabar
É quando o dono
Dessa casa de momento
Se acorda rabujento
Pro salão fiscalizar
Cum a peixeira
Acorda logo o sanfoneiro, peste!
E atrás dele
Vem uns trêis cabra valente
Pois quem num dançar decente
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