Nada Bem
[Refrão: Gutierrez]
Dizem tá tudo bem, não vejo nada bem
Vejo as notas de cem, de longe tudo bem
Mas vejo o sangue que elas têm então tá nada bem
BP Sigla 2, som de rua, [?] o Walkman
Dizem tá tudo bem, não vejo nada bem
Vejo as notas de cem, de longe tudo bem
Mas vejo o sangue que elas têm então tá nada bem
BP Sigla 2, som de rua, oh, hoe
[Verso 1]
Tem que saber viver, tem que saber lidar
Pra levar no brindão no Rio Bagdá
Tem que saber viver, tem que saber lidar
Atividade irmão pra ninguém se matar
Lealdade não tem preço guerra por dinheiro
No mundo inteiro parceiro pra parceiro
MC Funkero no microfone
Sujeito homem queimando o clone
Sua grana suja de sangue, sua cidade parece mangue
E falta exemplo de Gandhi, no meio da guerra de gangues
Cidade de quem se emociona
Ta em coma e todos vendo a queda da Babilônia
E o mundo te da dois segundos de fama
Sua morte em cena hollywoodiana
Cena de cinema, Rio, Cartagena
América Latina, o passado nos condena
Moleque carioca, cana colombiana
Arma iraquiana, jogo da grana
Globalização tem seu valor
Financia a morte, financia o rancor
Século das armas, luzes apagadas
Ninguém se compromete, ninguém sabe de nada [Uhum]
Dizem tá tudo bem, mas quem fuzila quem
Quem taca bomba em quem não fez nada a ninguém
Para encher seu cu de petróleo em suas Mercedes Benz
George Bush e a nova Roma atacaram Hussein
Foda-se os seus bens, tirou de quem não tem
Pensa que engana quem, pra tu tá tudo bem
Quando a guerra bater sua porta tu vai chamar quem
Suas putas, seus amigos, não vai sobrar ninguém
[Refrão: Gutierrez]
Dizem tá tudo bem, não vejo nada bem
Vejo as notas de cem, de longe tudo bem
Mas vejo o sangue que elas têm então tá nada bem
BP Sigla 2, som de rua, [?] o Walkman
Dizem tá tudo bem, não vejo nada bem
Vejo as notas de cem, de longe tudo bem
Mas vejo o sangue que elas têm então tá nada bem
BP Sigla 2, som de rua, oh, hoe
[Verso 2]
Enquanto fazem guerra em nome da paz
Tento transformar centavos em reais
Não acredito em jornais
Somos iguais mas sem direitos iguais
O povo na rua se mata por comida
Enquanto o governo contabiliza a vida
É ironia eu ter que pagar
A polícia que vem no gueto me matar
Olho por olho, dente por dente
Sangue no chão de gente inocente
O sistema quer me ver perder
Mas meu caráter eu não vou corromper
O mundão te engana, depois te trai
Te levanta, ilude, aí tu cai
Sua luxúria e riqueza não engana mais
Porque meu regime é samurai
Escravidão no Brasil é normal
E a pior escravidão é a mental
Camelô espancado de forma brutal
Por um guarda que quer ser policial
Ilusão te engana, te força a fazer
Tudo o que o sistema quis de você
Tempo de guerrilha me fez aprender
Que nenhuma força compra poder
Quando a bala comer, a sua qual vai ser
Vai ficar ou correr, vai matar ou morrer
Não adianta se esconder com luxo no apê
Que a bala perdida um dia achará você
Fuja da ilusão, ninguém tá imune não
Nem pobre nem patrão, ninguém compra perdão
Temos que lutar para achar alguma solução
Porque o futuro do planeta tá na nossa mão
[Refrão: Gutierrez]
Dizem tá tudo bem, não vejo nada bem
Vejo as notas de cem, de longe tudo bem
Mas vejo o sangue que elas têm então tá nada bem
BP Sigla 2, som de rua, [?] o Walkman
Dizem tá tudo bem, não vejo nada bem
Vejo as notas de cem, de longe tudo bem
Mas vejo o sangue que elas têm então tá nada bem
BP Sigla 2, som de rua, oh, hoe
[Outro: Funkero]
No século das armas, a expansão comercial
A globalização, fizeram o submundo sem igual
Fogo no céu de Bagdá, fogo nas matas da Colômbia
Rio de Janeiro fabricando seus próprios homens-bomba
Tá tudo bem pros senhores deputados
Tá tudo bem pros senhores senadores
Enquanto a guerra acontece aqui
A Globo é que ganha com o show de horrores
Pra mim não tá nada bem, pro povo não tá nada bem
Nada, nada bem, vagabundo