Mano Rodrigo
Somos todos peregrinos
No eira boi da existência
Cada qual tem seu caminho
Pra carretear experiências
Não se evita o fim do trecho
Vai-se o homem, fica a essência
Viaja melhor com certeza
Quem deixa paz e franqueza
Semeados pela querência
Julgava estar preparado
Pros tironaços da vida
Enfrenei tauras e maulas
Coragem sempre medida
Ruim amargar ausências
Mesmo aquelas pressentidas
Pior quando a mão do destino
Leva o talento menino
Escrafunchando feridas
É complicado Patrício
Quem souber talvez me entenda
Ninguém fica pra semente
Saudade não se remenda
A natureza é perfeita
Ciumenta igual a uma prenda
Se deu vida e serventia
Porque nos roubar a cria
Que sai melhor que a encomenda
Sempre que ouvir cordeona
Tirar ressongos de taita
Num vanerão bem cuido
Lembrarei mágicos dedos
Que ao vento empresta segredos
E compassos macanudos
Flor colhida antes do tempo
Que prosperou do relento
Homem, guri meu amigo
Rodrigo, a vida impôs o mundéu
Mas os garotos do céu
Hão de campeirar contigo