O Dono do Mundo
Acomodado em minhas posses,
Como um rei
Contando meu dinheiro
Que é o melhor que sei
E olhando pr’essa gente,
Eu vejo tanta coisa cretina
Pudesse, lhes daria estricnina
Aqui desta janela,
No último andar,
No topo do mais alto e luxuoso lar,
Fumando outro charuto,
Eu penso: Sou dono disto tudo.
Posso cagar em cima de todo este mundo!”
Um homem só ditava o que era a lei e,
Ao resto, o que restava era um amém.
Olhava o sol e achava-se um também,
Por ser sozinho e não amar ninguém...
Enquanto este imbecil pensava que era deus,
Coçando as hemorroidas com um prazer ateu,
Faltavam apenas três segundos pra uma bomba
Relógio explodir todo prédio com potência e ódio
Em meio ao fogo e quase já sem respirar:
“Daria minha fortuna para me salvar!”
O edifício veio a baixo e, ele,
foi soterrado nas cinzas das suas
jóias e seus quadros caros.