Entrando de Carancho
Fabrício Luíz
O negrume da noite não lembrava coisa boa
Chuviscava uma garoa e eu louco pra tomar uns trago
Tinha trabalhado o dia inteiro tropeando uma boiada
Meu cavalo já cansado precisava de uma aguada
Nisso ouvi o alarido que vinha de um galpão
Ouvi resmungo de cordeona e violão
Ouvi risada de macho e de china
O vento trazia o cheiro da cangibrina
E o vento trazia
Apeei numa ramada meio cortado dos troco
Fui entrando de carancho no meio daqueles loco
Me atraquei nos pastel e num litro de cachaça
Os machos me olhando feio e eu piscando pras lindaças
Foi aí que me perdi
Apanhei que fiquei torto nunca mais volto alí