Satori
O que esperam de mim
O que eu sou
O que vêem em mim
O que eu sou
O que já me esqueci
O que eu sou
O que me fez chegar até aqui
O que eu sou
Tudo que amo
O que eu sou
Tudo que odeio
O que eu sou
Tudo que sinto
O que eu sou
Tudo que penso
O que eu sou (O que eu sou?)
O que eu acho correto
O que eu sou (O que eu sou?)
O que eu acho errado
O que eu sou (O que eu sou?)
O que quero mostrar
O que eu sou (O que eu sou?)
O que quero esconder
O que eu sou (O que eu sou?)
O que eu quero ser
O que eu sou? (O que eu sou?)
E o que quero não ser
O que eu sou
Esmagado entre as cenas que vão acontecer
Tantas e tantas vezes que sempre vão estar lá
Cansado de chegar onde não fui convidado
De ver o que só eu vejo
Nunca vou ser de algum lugar
E eu não acredito em porra nenhuma
E depois de um tempo mostrando fragmentos do meu eu
Misturado a outros fragmentos de tantos outros eus
Tá na hora de vocês me conhecerem por inteiro
Porque de tanto caminhar nos vales das sombras e da morte
Finalmente consegui ver o que a luz ilumina pelas frestas
E entendi a responsa, a sorte e o privilégio de poder transitar em tantos lados
Eu vejo beleza nisso
Mesmo que esse acesso também seja baseado no que a luz ilumina em mim
Existe beleza nisso
E as contradições que vêm com minha auto-aceitação
São o casco do barco que navego num mar de expectativas alheias
Eu sou a própria contradição num lugar incapaz de se enxergar além do branco
E vou martelar isso até vocês entenderem que
Não vou me contentar com o segundo lugar
Até vocês entenderem que quem escreve minha própria história sou eu,
e não vocês, nem eles, nem elas; quem escreve minha própria história sou eu
E hoje o que realmente me importa são segundos,
Apenas segundos de pura luz, amor e empatia
Segundos que se dissolvem num inspiro diante das horas, semanas e dias
E pra quem me olhou nos olhos e me enxergou para além do que os olhos vêem
A minha mais sincera gratidão