170 Linhas
É como se o é como se o tempo parasse
É como se eu rebobinasse
É como se eu voltasse o tempo do longa metragem
Como se eu visitasse
Antigos sentimentos
Como se olhasse paisagens
Lá se vai mais do que uma década na contagem
Volto na timeline tipo um time lapse
Vejo o início como se olhasse pro ápice
Imaginando se o moleque ali não imaginasse
E mermo sem nada no alcance, não sonhasse
Que pudesse falar com o mundo se quisesse
Bem antes dos dreads e da tinta na pele
Só pensava em jogar tinta na parede
Grafitando o mundo até aumentar a sede
Antes de tentar se aventurar por novos ventos
E aprender novos elementos do movimento
Conquistei com o graff uma porção de fundamento
Depois do que o xarpi trouxe, entrei pra 0800
Era Eok, Dute, Wet, Aveira, Black
Sujone, aulas do Godri, bombs e tags
Oficina de grafite na Fundição
Um salve ao mestre Preas, um salve pra Nação
E eu nem pensava direito em ser MC
Até então no máximo mandava uns free
Ouvindo 2Pac a vera na época da escola
Eu e meu mano MM, num antigo agora
Meu mano logo menos vai tá fora
E numa dessas nós se encontra e comemora essas memorias
Não posso esquecer do meu professor de historia
Que passou o slideshow que ia mudar minha trajetória
E foi ai que eu passei a querer mais
Vendo o peso do lado errado do mundo
Querendo ser paz
Querendo ser bom, sem saber como faz
Querendo entender o chamado dos ancestrais
E então abracei a missão
Lembro da primeira gravação
Na casa do vizinho, mic na mão
Sem saber o que fazer direito, só emoção
Daquelas que só se vive 1 vez por encarnação
Depois na Urca Crew, minha infinita gratidão
Na sequência me gravando em casa na função
Jogando som sujo na net, do coração
Roubando beat gringo
Ninguém fazia beat
(alguns ...)
Usando um mic de karaokê pra gravar no audacity
27k no myspace
"tá de pé, tá de pé", sem macete
Pedi pra entender do flow
Comecei a ter acesso ao Eu Sou
Foi um velho amigo que mostrou (Saravá)
O que eu tento te mostrar
Enquanto simultaneamente acabo de me lembrar
Do lendário mp3 de 50 minutos do show do marecha em BH
...
( trecho MARECHAL ...)
BH Uai Rap Soul
Se tu escutou também
Tu se lembrou
Daquela época que a meca do REP era a LAPA
E eu tinha que sair de casa
E ultrapassar o alcance
Do mini reconhecimento que eu tinha ganhado na minha área
Comecei a ir pras batalhas
Queria falar também
Queria cantar pra rua
Queria me tornar alguém
Vendo Gil, Brigante, Nissin, Sheep, MV Hemp
Drope, Beleza, Lepo, Funkero e Airá
Rico, Acme, Loco, Kelson, Ramiro e Fael
Zé Bolim, Malone, Bacon, UVU e Mahal
Família Conjuntivite, Negra Rê e Cone
Papo Reto, Shaw, Aori e Brutal
Cachaça Crew, Slow, Comando Selva, Shackal
Drope + Sinistro, Ernesto e Dimenor
Chapadão, Coé, Tampão, Osama
E uma pá de lenda que também tava lá
Deus tenha o meu mano Tá Ligado
Nunca vou esquecer dos free que eu vou levar guardado
Quando o REP era vivido e não transmitido
E ao invés de ser vendido, ele era assimilado
Quando isso tudo me fazia muito mais sentido
Quando eu quis ser melhor, e só competi comigo
Pra conquistar meu respeito através do improviso
E aos poucos tentar passar minha visão pros amigos
Alguns anos depois do incêndio no CIC
Dando o gás no free, zerando canetas BIC
Botando a casa a baixo na audio rebel
Na porta da sinuca mil rimas ao léu
Tifli e eu volta e meia na casa do Torvi
A.K.A. Gutierrez, um dos melhores que ouvi (BP Sigla 2)
Gratidao pelos ensinamentos
To honrando tudo que falei, pelo menos tento
Próximo tópico, Cervas e Ervas
Casa da vó do Kast foi reú de lendas
Berço de clássicos e madrugadas longas
Dog de 1 real, 6 por 5 era crema
Na sequencia o comecinho das rodas de rima
Quinta feira chapa quente era no Clandestino
(valeu Babi!)
Depois as Batalhas do Real no Sergio Porto
Pergunta pro Allan, se o bang não era o estouro
(E.L.O.)
Os menor varrendo geral no apavoro
Salve Caixa Baixa esse tempo foi brabo
09, Roda Cultural de Botafogo
(fala tu Djoser!)
Já não era mais considerado só um louco
Eu e os amigos do bairro mudando o jogo
Eu e os amigos de rua virando a noite
Na época que eu destravei o freestyle infinito
Geral lado a lado eu me emociono de lembrar
Sem perspectiva do que isso ia virar
Inicio do Cam Cam, 3030 já sem Brenfa
Cacife lançando o disco a área ainda lembra
(faixa acha a caixa, acende o hasha!)
Geral co-ligado, Cartel, Oriente, e Ret
Ainda era Numa Margem e nós ainda somos REP
Os amigo de SG, de Nikit, e da ZN
Colando pra ver o que nós fazia na ZS
Os amigo de Vila também vinham terça-feira
Os amigo de Bangu, São Cristóvão e Madureira
Vendo geral se unindo um prol de uma ideia maneira
Ocupando a rua, de uma forma diferente
Acabando com as brigas de bairro entre a gente
Entendendo a força positiva da corrente
A da nossa União, não a que nos prende
Se quiser saber mais sobre, leia esse capitulo
De quando o C.C.R.P. foi construído
De quando o Nós por Nós, alavancou os amigos
Antes de cada um ir pra um canto, desunido
Um pouco antes do REP começar a dar dinheiro
Quando o que eu sentia parecia bem mais verdadeiro
Quando Nós começou a mudar a realidade
Do cenário cultural do Rio de Janeiro
Somente através do REP
(os menor ...)
Somente através do REP! (os menor!)
Dando um exemplo de exito, sem blefe
Dando autonomia pra quem quisesse
Se tornando na prática além da tese
Somente através do REP!
E avançando um pouco no turbilhão de lembranças
Quando os menor do bairro já não eram mais crianças
E a consciência tomava o lugar da ignorância
E as merdas que nós "fez", se tornaram esperança
Quem diria que isso ia virar uma letra dessa
De alguém que hoje em dia, olha devagar pra pressa
E visitando o ontem volta com uma letra impressa
Que só agradece ao que isso tudo trouxe
Que só tem vontade de manter isso tudo vivo
Eu tive que escrever essa pra te explicar o motivo
Da minha postura e do que eu carrego comigo
Hoje eu já não ligo se nós vai ficar famoso
Minha preocupação é manter isso construído
E de pode fazer o fundamento ser transmitido
Pra gente não esquecer que a busca é pela liberdade
E poder pro livre-arbítrio de quem ainda acredita
Numa versão da Vida que ainda não foi escrita
Mais bonita e melhor do que essa que nos deram
E hoje nós provamos isso através das conquistas
Vida longa pros meus manos e mais sabedoria
Pra que a gente saiba o que fazer com essa riqueza
Pra que agente não enriqueça através de fraqueza
Pra que a gente num enriqueça cantando incerteza
Pra que a gente se liberte e viva eternamente
No equilíbrio pleno entre o corpo, alma e mente
Pra que a gente volte a viver no presente
E continue depois do "felizes para sempre"
Pra que a gente não cante mentiras pro mundo
Porque o que nos trouxe aqui
Foi ter falado a verdade
Ainda Amo meus amigos, mas não os seus personagens ...
Hip Hop ...