Pousada de Boiadeiro
Eu recordo com muita saudade
A fazenda onde me criei
A escola coberta de tábua
E a professorinha com quem estudei
Meu cavalo ligeiro de sela
E as estradas que nele eu passei
Tudo isso me vem na lembrança
Do tempo da infância que longe eu deixei aí
Eu dançava nos fins de semana
Os bailinhos do velho matão
O matungo pousava no toco
Seguro nas rédeas, manoqueando o chão
A sanfona gemia num canto
Com viola pandeiro e violão
Minha dama encurtava os passos
Sentindo o compasso do meu coração
Aí esse tempo já vai bem distante
Tudo tudo na vida mudou
O piquete das vacas leiteiras
Cobriu-se de mato enfim se acabou
Os parentes mudaram de rumo
E ninguém sabe também onde estou
Despedi-me numa madrugada
Seguindo a estrada que Deus me traçou aí
Adeus Conceição do Monte Alegre
Adeus povo do bairro cancão
Adeus pousada de boiadeiros
Abrigo dos peões de Echaporã
Lá reside o César Botelho
Que demonstra ser meu grande fã
Com saudade de todos vocês
Eu volto talvez num outro amanhã aí
Desculpe se eu não falei de outras terras que andei
Lá pras bandas de Agicê, São Mateus também
Santa Ida daquela gente querida
Eu nunca vou me esquecer