Numa Volta de Tropa

Gujo Teixeira / MAURO MORAES

Numa volta de tropa, me vou despacio e satisfeito
Nem sei direito, por que me veio esta lembrança
Ando de poncho emalado, cuidando uma manga d'água
Carregadita de mágoas, com cismas de chuva mansa

Cuido a querência a légua e pico, e me sobe a estrada
De alma pesada, depois de dias, que ando voltando
Deito um arame, porque conheço cada fronteira
Sei que a porteira, fica mais longe, de onde eu ando

Ouço o cincerro, da égua madrinha que de soslaio
Trazendo os baios, chega pra perto do meu gateado
Quem me conhece bem, não troca orelha comigo
Tem um amigo pra quando a dor lhe fizer costado!

Sou deste jeito, e o meu gateado já me conhece
E não se esquece, o que o campo já lhe ensinou
Ando faz tempo na vida, na estrada nem sei quanto
Ando assim procurando, sem saber pra onde vou

Penso comigo, escutando a voz mansa do cincerro
-Sabe parceiro, até parece que o mundo para
Quando o campo bebe a tarde, numa ponta de garoa
E minha alma longe voa, num gateado-malacara

Me vou ao passo, me cai a chuva sobre o chapéu
Desaba o céu, mas o meu poncho, não emponcha nada
Pinga das abas, sobre as quilinas do meu gateado
Sigo molhado, mas volto as casas, de alma lavada!

Curiosités sur la chanson Numa Volta de Tropa de João de Almeida Neto

Qui a composé la chanson “Numa Volta de Tropa” de João de Almeida Neto?
La chanson “Numa Volta de Tropa” de João de Almeida Neto a été composée par Gujo Teixeira et MAURO MORAES.

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