No Tilintar Das Pedras
Da gleba do Tapejara
Que não conhece fronteira
Mantém a estirpe guerreira
De bolear em noites claras
Quem desconhece dispara
Quando a frieza medra
No tilintar de três pedras
E carvão riscado na cara
E vai incendiando o tutano
A descendência da raça
É geração que não passa
Dando tempera ao pampeano
Tornando mais aragano
Ao projetar o futuro
Do Rio Grande pelo duro
Forjado ano após ano
Manicla, sogas e tontas
Uma trempe abrindo pontas
Maneando o tempo que vai
Guaranis, ventos e andanças
Juntos boleando esperança
Margeando o velho Uruguai
Na fortaleza jesuíta
Que apequenou sesmarias
Trançando a filosofia
Com a ciência e a escrita
A selvageria bendita
Tangeu o bronze dos sinos
E as pedras tilintam hinos
Da gesta que nos habita
Quando as noites se acordaram
Ouviram ao longe o tilintar
Das pedras, ao lamentar
O pago que tanto amaram
Mas no meu canto ficaram
São almas guardando sono
Dos que da terra eram dono
E nem morto se afastaram