Lã de vidro
Podia ser pior
No choro da concertina é o pé penteando o pó
Com medo de chamar moça pra dançar o forró
E a dona fingir de sonsa e rir da cara do bocó
Vai ter de dançar só
Podia piorar
Olhos da cor da gasolina namorando o luar
No lume da lamparina o pai no canaviá
No gosto da tubaína na boca pra beijar
Quem chama pra dançar?
Podia ser pior
Na pele de lã de vidro
Peito de carne-de-sol
Na cara do indivíduo um rio que não secou
Um rio que desemboca no açudo do amor
De quem nunca dançou