Canarinho Prisioneiro/ Merceditas (pot-pourri)

Sou aquele canarinho que cantou no teu terreiro
Em frente sua janela eu cantava o dia inteiro
Depois fui pra uma gaiola e me fizeram prisioneiro
Me levaram pra cidade, me trocaram por dinheiro

No porão daqueles prédios era onde eu morava
Me insultavam pra cantar mas de tristeza eu não cantava
Naquele viver de preso muitas vezes imaginava
Se eu arrombasse esta gaiola, pro meu sertão eu voltava

Um dia de tardezinha veio a filha do patrão
Me viu naquela tristeza e comoveu teu coração
Abriu a porta da grade me tirando da prisão
Vá-se embora canarinho, vá cantar no teu sertão

Hoje estou aqui de volta desde a alta madrugada
Anunciando o entardecer e o romper da alvorada
Sobrevoando a floresta e alegrando a minha amada
Bem feliz por ter voltado, pra minha velha morada

Recordo com saudade seus encantos mercedita
Perfumada, flor bonita
Me lembro que uma vez a conheci num campo muito longe numa tarde
E hoje só ficou saudade desse amor que se desfez

E assim nasceu nosso querer
Com ilusão, com muita fé
Mas eu não sei porque esta flor deixou-me dor e solidão
Ela se foi com outro amor
E assim me fez compreender o que é querer
O que é sofrer porque lhe dei meu coração

E assim nasceu nosso querer
Com ilusão, com muita fé
Mas eu não sei porque esta flor deixou-me dor e solidão
Ela se foi com outro amor
E assim me fez compreender o que é querer
O que é sofrer porque lhe dei meu coração

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