Pot-pourri de pagode
Eu não caio do cavalo, nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando, a viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada e bebo o pingo de orvalho
Chora viola!
Quem tem mulher que namora, quem tem burro empacador
Quem tem a roça no mato me chame que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro empacador eu corto ele de espora
E a mulher namoradeira eu passo o couro e mando embora
Gavião da minha foice não pega pinto
Também a mão de pilão não joga peteca
O cabo da minha enxada não tem divisa
As meninas dos meus olhos não têm boneca
Quem é bom já nasce feito, quem é ruim só atrapalha
Eu bato logo no burro e não bato na cangalha
Entrei numa guerra dura, fiz virar fogo de palha
Fiz virar cartão de prata punhal, espada e navalha
Bala bateu no meu peito, derreteu virou medalha
As flores quando é de manhã cedo
O seu perfume no ar exala
A madeira quando está bem seca
Deixando no sol bem quente estala
Dois baianos brigando de facão
Sai fogo quando o aço resbala
Os namoros de antigamente
Espiavam por um buraco na sala