Galponeira
Milonga xucra que tem jeito de fronteira
Fiel companheira de um crioulo linguajar
Quando te perde na canhada das ilheiras
Acha maneiras de meu verso perpetuar
Por aporreada corcoveia tempo à fora
Forjando auroras num raiar de liberdade
Tua cadência é retinir de um par de esporas
Quando tu choras velhas rimas de saudades
Este meu peito suspirando apaixonado
Te faz costado milonguita galponeira
Pois embasado na emoção de um sentimento
Apruma tentos pra trançar-te a vida inteira
Sempre que a gaita pacholenta te floreia
Suaves maneias se apresilham num olhar
E alguma china que ficou encambichada
Quando por nada me quedei a milonguear
Então faceiras tu e a china se hermanaram
Depois ficaram entretidas nos gaitaços
Pois a milonga traz sossegos pra min'alma
E a china acalma meus anseios num abraço!