Plenilúnio
Eu sou matuto
Moro no alto da serra
Quero bem a minha terra
Quero bem o meu sertão
Aqui de cima
Vejo a Lua quando nasce
Retornando sua face
As belezas deste chão
Até parece
A porta do céu se abrindo
Deus, o nosso Pai surgindo
Junto com este clarão
Abençoando
A canção em serenata
E esta Lua que retrata
Os feitos de Suas mãos
Só mesmo vendo para crer
Como é lindo este lugar
Todo o sertão adormecer
Ao encontro do luar
Eu passo horas
Contemplando esta beleza
Pois a própria natureza
Se orgulha do que tem
O céu, a terra
Lindos campos verdejantes
Afluentes murmurantes
Que se encontram muito além
A Lua cheia
Com seus raios reluzentes
Ilumina continentes
Pressentindo algum desdém
Até parece
Que me fala assim passiva
Sertanejo não se aflija
Deus é caboclo também
Só mesmo vendo para crer
Como é lindo este lugar
Todo o sertão adormecer
Ao encontro do luar