Bugre

Bugre perdido na luz de neon
Herói de vídeo game, fera mineral
Armo a garganta e acendo o tambor
Guerreando no som também se faz amor
Espalha o medo que afia a coragem
Que a carne tem um fraco pela dor
A hora vai chegar os gelos descerão
E as trombetas tocarão
Um tema vulgar, banal
Couraça de pedra, peito de metal

Quebro a maloca, queimo essa palha
Brilho de letras que não dizem nada
Pedra lascada, ser de plutão
Sou projeção futurista cro-magnon
Pena de arara, olho de gavião
Boto o batoque na boca de baton
Me escondo na lama, armo a tocaia
Sou jacaré de sapato e de saia
Estou inteiro, estou exato
Com a teimosia do porco do mato
E o que se vê não é de sapé
E o que me vale é a alma de macaco
Seios de índia, tez de cunhã
Gero o alento e a luz do amanhã

Bugre perdido na luz de neon
Herói de vídeo game fera mineral
Armo a garganta e acendo o tambor
Guerreando no som também se faz amor
Espalha o medo que afia a coragem
Que a carne tem um fraco pela dor
Couraça de pedro peito de metal
Bugre caçador na selva universal

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