Lero-Lero

Luiz Ayrão

Pra fazer samba
Não basta ser crioulo
Nem subir o morro
Nem ser de escola fundador
Vamos deixar de fingimento
O negócio é talento
E talento não tem cor

Olha aí meu camarada irmão de cor
Não me venha por favor
Com essa história de raiz
Se cada um quiser voltar ao berço agora
Todo mundo vai se embora
E fica o índio só de argola no nariz

Pra fazer samba
Não basta ser crioulo
Nem subir o morro
Nem ser de escola fundador
Vamos deixar de fingimento
O negócio é talento
E talento não tem cor

Olha aí o bate boca e o reboliço
Para com isso
Que o samba tem que ser amor
Eu aqui sou favorável as misturas
De raças e culturas
E de gente de valor

Pra fazer samba
Não basta ser crioulo
Nem subir o morro
Nem ser de escola fundador
Vamos deixar de fingimento
O negócio é talento
E talento não tem cor

Convidou-me honrando-me a Portela
Pra fazer pra ela
O samba-enredo que passou
E eu que sou portelense doente
Fiz o samba mais quente
Mas a máfia me cortou

Pra fazer samba
Não basta ser crioulo
Nem subir o morro
Nem ser de escola fundador
Vamos deixar de fingimento
O negócio é talento
E talento não tem cor

Os sambistas vão se dividindo
O americano invadindo
Discoteque já colou
Além do mais se o samba é só do bom crioulo
Nessa aí eu to no bolo
Pois crioulo eu também sou

Além do mais se o samba é só do bom crioulo
Nessa aí eu to no bolo
Pois crioulo eu também sou

Curiosités sur la chanson Lero-Lero de Luiz Ayrão

Quand la chanson “Lero-Lero” a-t-elle été lancée par Luiz Ayrão?
La chanson Lero-Lero a été lancée en 1978, sur l’album “O Povo Canta”.

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