Da palma da minha mão
Desfiz num rasto de chuva
Que me invadiu por inteiro
E deslizou p'lo meu rosto
Um quase sumo de uva
Um ébrio som, feiticeiro
Que me embalava o desgosto
Então amei sem medida
Este condão de chorar
A morte de uma ilusão
Abri meus olhos à vida
Joguei as penas ao mar
Lavei o meu coração
Desfiz as grades dos medos
De amar além da razão
De ser virtude ou pecado
Irei cumprir meus segredos
Que a palma da minha mão
Tem muito sonho guardado