Cidade

À noite
No silêncio da rua
Passavam ciganos cantando
E a cidade chamava
Nas luzes perdidas do rio

No teu carro
Andámos por aí
Bebemos cerveja e falámos
Entre sombras de prédios calados
E sonhos de homens cansados

E algo em mim sobrevive
Desesperadamente

A ponte
despida e solitária
agarra-se à terra e ao tempo
entre golpes de raiva e ternura
os meus sonhos e os meus fracassos

Há escuro
Na inquietação do vento
Nas luzes esquecidas do rio
E tentam roubar-nos os dias
Tentam calar-nos as forças

Mas algo em mim sobrevive
Desesperadamente
Quero que por fim nos traga o sol
Andando pelo rio, perdidos na claridade
Hoje só quero deixar viver este momento
Hoje só quero caminhar pela cidade

No teu carro
Cruzámos as fronteiras
Bebemos cervejas e sonhámos
De tudo o que há sem regresso
Quem guardará o passado?

Entrego-me
Em passos sem destino
Até onde a fúria se acalma
Vou procurando a gente
Que à noite na rua cantava

E algo em mim sobrevive
Desesperadamente
Quero que por fim nos traga o sol
Andando pelo rio perdidos na claridade
Hoje só quero deixar viver este momento
Hoje só quero caminhar pela cidade

Curiosités sur la chanson Cidade de Mafalda Veiga

Quand la chanson “Cidade” a-t-elle été lancée par Mafalda Veiga?
La chanson Cidade a été lancée en 1988, sur l’album “Cantar”.

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