Perceverano Medeiros
Meu nome é Perseverano
Perseverano Medeiros
Vivi laçando e pealando
Alçados e caborteiros
Nas Missões e na fronteira
Até hoje, sou lembrado
Meu laço numa porteira
Trazia um pealo marcado
Quase trezentos terneiro'
Pealei numa marcação
O que ganhava o potreiro
Batia os beiço' no chão
Mas, de tanto tironaço
Foi aumentando o calor
Derreti a argola do laço
Incendiei o tirador
Sou do tempo da fartura
Do boi da aspa torcida
Da adaga e da benzedura
Da madrugada comprida
Um dia, peguei a estrada
De onde não volta ninguém
Nunca me assustei de nada
Sou cria do Itaroquém
Me transformei em memória
Vagando nesses rincões
Hoje, vivo em cada história
Que deixei pelos galpões
Gastei lombilho estradeando
Por esses pagos fronteiros
Meu nome é Perseverano
Perseverano Medeiros
Me transformei em memória
Vagando nesses rincões
Hoje, vivo em cada história
Que deixei pelos galpões
Gastei lombilho estradeando
Por esses pagos fronteiros
Meu nome é Perseverano
Perseverano Medeiros
Meu nome é Perseverano
Perseverano Medeiros