Pindorama
Sou dessa terra que costuma ouvir a onda cair
Nas areias de cambraia onde o canto da jandaia
Faz o pescador na praia dormir
Sobre o ventre das marias dali
Sou dessa terra que costuma ouvir o vento sorrir
Quando, enfim, levanta a saia e as moças da Marambaia
Podem o ferrão d´arraia sentir
Dão à luz lambaris, paratis
Sou dessas paragens, mares daqui
Onde a lua inda se chama Jaci
Sou dessas paragens, virgens daqui
Onde o sol usa cocar, Guaraci
Sou dessa terra que costuma ouvir o som do sagüi
Onde Oxum inda se banha entre lontras e ariranhas
E o reino e Ossanha é aqui
No palácio d´Amazônia nasci
Sou dessa terra que nasceu em 22 de Abril
Minha terra é tão mansa que o Senhor quando se cansa
Sua lua desce e descansa no anil
Sua terra é o céu no chão do Brasil.