Voz
Há uma voz que diz que existe luz no fim do túnel
Uma voz que não me deixa descansar
Quem distingue qual é o lado obscuro
Troque as peças, vamos ver no que vai dar
Vejo atentados fake, através da janela
Fascistas em remake, pra exterminar a favela
Memória pobre morre sofrendo a ação do tempo
O que mata mais: Uma facada ou 11 de setembro?
Delivery pra nossa cor, entrega dor e bala
70 tiros pra matar moleque preto em casa
É um semelhante meu que morre outra vez na ação
Pra proteger o seu bandido de estimação
Quer entender qual o dilema do nosso debate
Já imaginou os preto tudo sendo iluminati
Seu pivetinho branco conduzido ao distrito
Meu pivetinho preto na cadeirinha dormindo
Na loja de brinquedos, só bonecas pretas
E um loirinha perdida, em frente as prateleiras
Num mundo preto a cota é branca, imagina comigo
Queria ver qual que seria a cor do seu sorriso
Deus, cuida do seu povo
Não dá mais para viver assim
Deus, precisamos tanto dos seus olhos
Venha nos abençoar
Meu coração sem pino, é o meu arsenal
Sei muito bem o que é nova ordem mundial
Fogo no circo, o palhaço não traz alegria
Fazer piada pra morrer de rir na pandemia
Meu pensamento crítico, no verso metafísico
Me torna o bandido mau do crime lírico
Roedores, em mundos ilusórios
Ratos à direita multiplicam em laboratórios
Num mundo desconectado de paz
Às boas vindas vem num envelope preto
Cheio de antraz
Matar racista e andar de poodle
Esse é o tutorial que os preto tipo a sem medo
Colocou no Google
Cês tão cobrando caro, do lado do inimigo
Cês acha que é do rap espera até trombar comigo
Nem no polo norte cês vão me ver de toca
Meu veredito é perdão e forca
Há uma voz que diz que existe luz no fim do túnel
Uma voz que não me deixa descansar
Quem distingue qual é o lado obscuro
Troque as peças, vamos ver no que vai dar