Maria das Estações
Com olhar de mãe acorda cedo, Maria
O rosto veste de sol e o peito da manhã
É feita de solidão a ternura de Maria
E no erro de viver abraça seu dia-a-dia
Maria é beija-flor, no encanto da primavera
Pelos campos revoando a procura de um amor
E ronda fazendo graça, lírios, rosas e ramas
E bebe no rio que passa as mágoas que ele derrama
No pomar o laranjal, as frutas enchem de cores
O verão faz viravolta nos sonhos, nas mudas
Mas quando o dia repousa nos rumos que a noite trás
Maria não dorme cedo, na noite se satisfaz
O vento trás o outono, Maria anda esquisita
Seu corpo roda na vida, é lua que não se explica
Vem o inverno do tempo com chuvas e tempestades
Maria tece bordados nos pontos de uma saudade