Balada de Pablo e Manuelita
A faca e o queijo
Sorriam pra mim
Como nos livros, o sol me seguia
Olhava pra baixo e via... a sombra
De um felizardo
Que sujeito feliz
Que paspalhão feliz
Socos na nuca
Nos jogam pra frente
Poeira na lente... embaça a visão
Otários também fazem sombra
Deviam nos alertar...
Imagens do olhar
E trazem riscos
Convém evitar
(Raios, raios do inferno...
O cemitério todo está enxarcado...
Em algum lugar entre as covas, Manuelita dorme sobre a
Terra, solidão
Em minha memória é só um rosto disforme...
Envolto em terra e sangue...
O vento gelado entre as rosas...
Nós que aqui estamos...
Vós te esperamos...)
Bons pagadores...
Sempre pedem mais
Maus jogadores
Não pagam pra ver
Se isso não te diz coisa alguma
Amigo, então vai ver
Que não há nada mais
Um algo a dizer...
Flores na tumba
Pudores na mente
Lágrima quente
Embaça a visão
Palhaços também fazem sombra
Triste do miserável
Trouxa
Que um dia olhou pro chão
(Pro chão...
Pro chão
Pro chão...
Pro chão...
Pro chão...)
Maldita hora
Maldito instante em que eu olhei
Maldita visão...